A experiência espiritual de São
Luís Maria Grignion de Montfort, por meio de seus escritos, nos ensina a
contemplar Maria Imaculada como nossa Mãe da Fé, permitindo que Ela nos leve às
raízes de suas virtudes. Nos recordamos da invocação que Montfort coloca-lhe
nos lábios em seu Tratado da Verdadeira Devoção ( art. 34).
“Reproduze-te, portanto, em meus eleitos. Que eu veja
neles com complacência as raízes de tua fé invencível, de tua humildade
profunda, de tua mortificação universal, de tua oração sublime, de tua caridade
ardente, de tua firmíssima esperança e de todas as tuas virtudes. É sempre a
minha esposa tão fiel, tão pura e tão fecunda como nunca: que tua fé me dê
fiéis, que tua pureza me dê virgens, que tua fecundidade me dê eleitos e
templos”.
Neste texto do Tratado, o padre de Montfort enfatiza a fé de Maria
Santíssima, a extensão de sua
invencibilidade. Diz-nos desta
forma que Ela passou por provações
e tentações e que sua resposta de fé a Deus não a isentou de
combates. É assim no seu Magnificat...
Devemos, portanto, pensar a
Mãe de Deus como uma criatura que encontrou obstáculos em seu caminho como
mulher e mãe. A espada que Simeão havia predito no momento da apresentação de
Jesus no Templo: Maria Santíssima sentiu em sua carne, mas manteve-se fiel a
dizer sim livre e conscientemente, apoiado apenas pelo abandono à vontade de
Deus, que de geração em geração estende Sua misericórdia sobre aqueles que o
temem...
O Espírito Santo quer encontrar em nós a mesma fé
invencível da Mãe de Deus. Em face de nossas quedas que, muitas vezes, pensamos
que nunca nos livraremos de certo defeito ou uma fraqueza que talvez trazemos
conosco há anos, o sacramento da confissão parece ineficaz em face da nossa
fraqueza. Às vezes parecemos vencidos pelo mal, nos sentimos incapazes de
resistir diante do estresse, é a realidade de nossa condição humana. Aprendemos,
portanto, invocar a fé inabalável de Maria Santíssima em nossas dificuldades,
assim servimos ao Senhor em plena liberdade sem desanimarmos.