“Pois todo aquele que faz a
vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha
mãe” (Mt 12, 50).
Jesus Cristo estava falando às multidões e sua Mãe, Maria Santíssima, e
seus irmãos estavam do lado de fora querendo falar com Ele. Alguém avisa Jesus
que sua Mãe e seus irmãos estavam querendo falar com Ele. Ouvindo isso, Jesus
aponta para os discípulos, que O ouviam, e diz: “Eis minha mãe e meus irmãos”
(Mt 12, 49). Ao dizer isso, Jesus não estava desprezando seus primos, que na
cultura judaica eram chamados de irmãos, muito menos a Virgem Maria. Mas,
dizendo que os seus discípulos são sua mãe e seus irmãos, Cristo chama a
atenção para uma realidade que eles ainda não podiam compreender.
Jesus queria ensinar a aquelas pessoas que entre Ele e os discípulos,
que fazem a vontade do Pai, há um vínculo muito mais forte que os laços de sangue.
Com isso, Cristo quis demonstrar que aqueles que fazem a vontade de Seu Pai,
estabelecem laços espirituais com Ele. Quando fazemos a vontade do Pai,
entramos para a grande família espiritual do Senhor. Nos unimos a Deus com
laços mais fortes que os de sangue. Por isso, Nossa Senhora alcança uma graça
ímpar na Igreja: ela é Mãe de Jesus segundo a carne, mas também se uniu
espiritualmente a Jesus Cristo e à vontade salvífica do Pai.
Tal união com a vontade do Pai fez da Virgem Maria a maior cooperadora
no projeto salvífico de Deus. Isso confere a ela uma dignidade e uma grandeza
que ficou escondida por sua humildade. Ainda que ela tenha se feito pequena,
não devemos desprezá-la dizendo que nem mesmo Jesus valorizou sua Mãe. O
próprio Cristo, em perfeita comunhão com Sua Santíssima Mãe, não quis exaltar
sua Mãe, porque sabia que esta não era a vontade dela. Mas, Ele muito bem sabia
da sua grandeza e dignidade em relação a nós.
A Virgem Maria é aquela que nos aponta o seu Filho Jesus Cristo, por
isso, ela não quer aparecer. Porém, nós precisamos agradecer a Deus, porque
somos parte da geração que chama Nossa Senhora de bendita por causa das
maravilhas que o Senhor fez nela (cf. Lc 12, 48). Depois de Cristo, Maria foi
quem mais cooperou com o desígnio de salvação do Pai. Unida plenamente à obra
do Filho, Maria continua a gerar Jesus no coração dos homens, para que estes
cheguem à salvação.
Assim, a consagração total da Virgem Maria à vontade do Pai é também
para nós um caminho de salvação. Somos chamados a nos consagrar a Jesus Cristo, único mediador
entre Deus e os homens, pelas mãos da sua Mãe, Maria Santíssima. Pois, foi ela
quem gerou o Filho e é também ele que deve gerar a cada um de nós, se queremos
ser irmãos e irmãs de Jesus. Deixemo-nos gerar pela Virgem Maria, para que
Jesus possa dizer de nós: “ esse é meu irmão, minha irmã” (Lc 12, 50b).
Fonte: Blog Todo de Maria