sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O Segredo de Maria Santíssima






São Luís Maria Grignion de Montfort apresenta a Santa Escravidão como um segredo.
Esta palavra excita curiosidade. E não há leitor que não o procure logo descobrir. O segredo, porém, não consiste na teoria, e sim na prática desta devoção.

A prática consiste em entregar-se inteiramente, na qualidade escravo a Maria Imaculada e, por Ela, a Jesus, e em procurar fazer todas a ações com Maria, em Maria, por Maria e, para Maria, no intuito de fazê-las mais perfeitamente com Jesus, em Jesus, por Jesus e para Jesus.

A parte interior desta santa devoção não é mais que a aplicação constante a viver como um escravo, dependente em tudo da vontade de Maria Santíssima.

O segredo está, pois, nesta nossa dependência amorosa, filial e humilde da Virgem Santíssima. É uma espécie de presença de Maria Santíssima, semelhante à presença de Deus. Tal presença não é esforço de imaginação ou de vontade, mas, sim, uma certa atenção de espírito em procurar ocasiões de fazer algum sacrifício por amor da Santíssima Virgem.

É, por outra, vivermos espreitando as ocasiões favoráveis de praticar a virtude. Tal disposição nos conserva num estado de dependência total, num abandono completo à vontade de Maria. E, destarte, tudo aceitamos d’Ela, para Ela nos volvemos constantemente para vermos sua mão em tudo, e procurando em tudo, conformar-nos a seu alvitre. É aqui que está o segredo.

Consagrar-se à Virgem Santa como escravo é um ato passageiro que qualquer um pode fazer. E, de fato, muitos o fazem, sem depois aplicar-se a viver esta Consagração. Viver esta Consagração – este é o segredo. E a medida que tal vida se desenvolver em nós, o segredo descobrir-se-á mais e mais, até que o possuamos completamente.

Deste modo, a Santa Escravidão de Montfort não é simplesmente uma devoção; é mais que isso: um método eficaz de santificação. A devoção é por muitos conhecida e praticada. O método de santificação, porém o é muito pouco. Entretanto, os dois devem
dar-se as mãos, devem ser ambos praticados para produzir o que devem – a santidade, como teremos ocasião de averiguar mais adiante...

Pe. Júlio Maria Lombaerde