A Virgem Maria consagrou-se desde a sua juventude para ser
Mãe espiritual de todos os filhos da Igreja.
A Virgem Maria consagrou-se desde a sua juventude para ser
Mãe da Igreja.A Santíssima Virgem Maria, Mãe da Igreja, ainda em sua juventude,
consagrou-se inteiramente à pessoa e à obra de seu Filho Jesus Cristo,
fazendo-se “serva do Senhor” (cf. Lc 1, 38b). Para associar-se plenamente ao
desígnio de salvação da humanidade, Nossa Senhora foi formada através de vários
acontecimentos: da dura viagem para visitar Isabel (cf. Lc 1, 39-45), do parto
e no nascimento de seu Filho num presépio (cf. Lc 2, 7), da profecia de Simeão
(cf. Lc 2, 34-35), das duras palavras do Menino aos doze anos (cf. Lc 2,
41-52). Além dessas narrativas bíblicas, muitas outras colaboraram para a
formação da Santíssima Virgem para a sua missão na Igreja.
A cena em que Jesus não recebe a sua Mãe que está à porta e
o visita (cf. Mc 3, 31-35) é de uma dureza quase insuportável. O Mestre diz
assim a aqueles que anunciavam Maria: “Eis minha mãe e meus irmãos! Quem faz a
vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3, 34b-35).
“Podemos acompanhar Maria em seu espírito no seu caminho de regresso à casa e
imaginar o seu estado de espírito: a espada revolve-se na sua alma, ela
sente-se por assim dizer roubada do seu bem mais próprio, esvaziada do sentido
de sua vida; a sua fé, que de início foi confirmada por tantos sinais
sensíveis, é remetida para uma noite escura”(Joseph Ratzinger, Maria, a
primeira Igreja, p. 107).
O Filho, que não faz chegar a Mãe qualquer notícia sobre a
Sua atividade, como que lhe escapou mas, no entanto, ela não pode simplesmente
deixá-lo ir, tem que o acompanhar na angústia da noite escura da fé. Mais uma
vez, anonimamente, Maria é repelida por Jesus ao plano comum dos crentes,
quando uma mulher do povo louva os seios que O amamentaram (cf. Lc 11, 27).
Aquela mulher começava já o profetizado louvor de todas as gerações (cf. Lc 1,
48b), mas Jesus desvia o louvor: “Felizes, sobretudo, são os que ouvem a
Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11, 28). A dureza com a qual era
tratada a Virgem Mãe por seu Filho Jesus foi necessária para o amadurecimento
da fé de Maria em vista da sua missão enquanto Mãe de Jesus Cristo e Mãe da
Igreja.
A dura pedagogia de Jesus com sua Mãe na Sua infância, na
Sua vida pública e no mistério da Paixão do Senhor, provém da sabedoria divina,
que não é compreendida por todos os homens (cf. Mt 11, 25). São Luís Maria
Grignion de Montfort, no livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima
Virgem”, afirma que: “Maria é a obra-prima por excelência do Altíssimo, cujo
conhecimento e domínio ele reservou para si. Maria é a Mãe admirável do Filho,
a quem aprouve humilhá-la e ocultá-la durante a vida para lhe favorecer a
humildade, tratando-a de mulher – mulher (Jo 2, 4; 19, 26), como a uma
estrangeira, conquanto em seu Coração a estimasse e amasse mais que todos os
anjos e homens” (TVD 5).
A Santíssima Virgem Maria é o paraíso terrestre de Jesus
Cristo, Novo Adão, no qual este Se encarnou por obra do Espírito Santo, para aí
operar maravilhas incompreensíveis. Nossa Senhora é o grande, o divino mundo de
Deus, onde há belezas e tesouros inefáveis. Maria é a magnificência de Deus, em
quem Ele escondeu o seu Filho único, e Nele tudo que há de mais excelente e
mais precioso. “Oh! que grandes coisas e escondidas Deus todo-poderoso realizou
nesta criatura admirável, di-lo ela mesma, como obrigada, apesar de sua
humildade profunda: (o Poderoso fez para mim coisas grandiosas) Fecit mihi
magna qui potens est (Lc 1, 49). O mundo desconhece essas coisas porque é
inapto e indigno” (TVD 6).
Assim, a jovem Virgem Maria foi formada, desde a Anunciação até
a Cruz, Ressurreição e Ascensão de seu Filho Jesus Cristo, para a maturidade
espiritual, a ponto de poder ser chamada por Jesus de “Mulher” (Jo 2, 4; 19,
26). Nossa Senhora foi formada pelos sofrimento e dificuldades, mas também pelo
seu Filho, para a maternidade espiritual dos filhos de Deus. “Jesus é o filho
único de Maria. Mas a maternidade espiritual de Maria estende-se a todos os
homens que Ele veio salvar: Ela deu à luz um Filho que Deus estabeleceu como
‘primogênito de muitos irmãos’ (Rm 8, 29), isto é, dos fiéis para cuja geração
e educação Ela coopera com amor de mãe” (Catecismo da Igreja Católica, 501).
Fonte: Blog Todo de Maria