1. Como descobrimos quem é Maria
Santíssima?
Como sabemos quem é uma pessoa,
quando ouvimos falar dela, quando lemos algo sobre ela e ou quando nos
aproximamos dela,não é mesmo? A princípio o livro da vida, a Bíblia nos revela
a história de nossa Salvação, sobretudo nos fala também sobre Maria Santíssima
e quem Ela é. A nossa Corredentora, através do seu sim permitiu que tivéssemos
a Salvação, no entanto tivemos o conhecimento do Senhor por meio D’Ela. Então,
sabemos quem é Maria Santíssima por meio da Palavra da Vida e ou de alguém que
nos fala sobre Ela.
2. Como conhecer Maria Santíssima?
O amor uni as pessoas, quando
ouvimos, quando lemos, quando nos aproximamos de alguém que atrai a nossa
atenção, procuramos conhecê-la.E como conhecemos alguém? Quando nos aproximamos
dela e utilizamos os instrumentos que nos leva a conhecê-la, por exemplo: a
comunicação. A partir da comunicação começamos uma amizade com alguém. Com
Maria Santíssima não é diferente, é necessário nos aproximar Dela para
conhecê-La, é necessário nos comunicar com Ela.
3. Como ser amigo(ª) de Maria
Santíssima?
A partir do momento que iniciamos
uma amizade, é porque decidimos ser amigo de alguém, o relacionamento se
tornará saudável quando fazemos nosso amigo (ª) feliz, não é? E também nos
sentiremos felizes. Então, para que haja uma amizade saudável é necessário
fazer tudo em prol do bem da pessoa amiga, e nada melhor que após conhecê-la
dispormos daquilo que nosso amigo gosta e se senti bem, com respeito mutuo
assim a amizade e a intimidade, ou seja, o vinculo criado nos laços de amizade
aumentará.
Portanto, o que Maria Santíssima
gosta, o que a deixa feliz, contudo que nos faz feliz. Citaremos alguns atos de
amor que são meios que podemos utilizar para nos comunicar com Ela :
O primeiro ato de amor que deixa a
Mãe de Deus feliz, é reconhecer Deus como Nosso Senhor;
O segundo ato de amor é reconhece
que Ela é o meio que nos leva a Nosso Senhor, não por Ela, mas porque o próprio
Deus quis.
O terceiro ato de amor é utilizar as
práticas (Externas e Internas) que nos aproxima cada vez mais ao conhecimento
do amor maternal da Virgem Maria, que nos leva ao Senhor, pois Deus a escolheu
como Mãe, que concebeu, gerou e formou Jesus Cristo.
Práticas externas: a Santa Missa, a
Sagrada Escrita, a Consagração de si a Jesus Cristo por meio de nossa Senhora,
a oração do Rosário e ou terço, a adoração, celebrar as datas festivas (Páscoa,
Natal, Marianas, dias dos Santos, etc) que a Igreja nos convida.
Práticas internas: Decidi
diariamente ter Jesus por meio de Maria Santíssima, ou seja, realizar todas as
ações por Meio D’Ela deixar-se ser inteiramente plasmado (ª) pela Santíssima
Virgem Maria, ser Todo Dela “Totus Tuus”. Totus Tuus, foi o lema do pontificado
do saudoso Papa João Paulo II. Ele usou estas palavras como lema por causa da
sua particular devoção e consagração a Virgem Maria. Porém, a expressão “totus
tuus” tem sua origem nos escritos São Luís Maria Grignion de Montfort e
significa a consagração total a Virgem Maria (Fonte: Blog Escravidão de Amor).
Sair de si, ou seja, desapegar do que era velho e apegar, depender totalmente
D’Ela que nos leva ao Novo: O Senhor; suas vontades e desejos não serão mais
seus, somente Nossa Senhora com seu amor maternal, o moldará do homem velho
para novo homem, pois Ela é o “molde vivo de Deus” (Santo Agostinho). Por
exemplo: vícios, apegos de pessoas e ou objetos, sensualidade, orgulho, todo o
que há de mal em nós, será posto na forma de Nossa Senhora e Ela ornamentará
com sua docilidade, Seu perfume de Mãe na forma divina. Santo Anselmo diz que
“Maria Santíssima goza de tanto poder perto de Deus, que Ela faz o que quer”.
4. Como fazer a vontade de Maria
Santíssima, contudo a Vontade do Senhor?
Então descobrimos, conhecemos e
passamos ser amigos de Maria Santíssima. Na experiência e vivencia da
Espiritualidade Mariana a nossa vontade, “morre”, deixa de existir, a vontade
da carne não prevalecerá, só assim podemos ser instrumentos vivos, de Maria
Santíssima, portanto de Nosso Senhor Jesus Cristo. A graça que Deus permitiu
quando escolheu Nossa Senhora por Sua Mãe, inunda nosso ser, o senhor a
escolheu e nós somos predestinados, sobretudo, escolhidos por Deus para viver
com Eles a plenitude da Vida Eterna. Portanto, é a vontade do Senhor que se faz
em nós quando dizemos e permitimos, assim como Maria Santíssima disse: Eis aqui
a Escrava do senhor: Faça-se em mim a Sua Vontade.
Contudo, humanamente falando,
conhecemos alguns atos que nos levam a ter, experimentar, portanto, vivenciar
de forma extraordinária uma amizade, ou seja, intimidade com a Doce Mãe: Maria
Santíssima, contanto com Nosso Senhor Jesus Cristo. Agora, como mencionamos
acima, iremos conhecer teologicamente “traços” da Espiritualidade Mariana,
desde o sim de Maria Santíssima, presente no Ângelus, a verdadeira devoção à
Maria Santíssima (Escravidão de Amor), ou seja, a consagração de si a Jesus por
meio D’Ela, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, e também
os dogmas que o Magistério da Igreja define sob a autoridade que recebeu de
Cristo.
Traços da Espiritualidade Mariana
1. Ângelus:
(Lc 1, 26-38); CIC – p.136,
parágrafo 2, art. 484 – p. 139, art. 494
O Ângelus é uma oração presente no
coração da Mãe Igreja, contanto, no Coração de Maria Santíssima. Foi por meio
do Ângelus, que descobrimos o Amor, e hoje, temos a oportunidade de conhecer e
fazer a Vontade do Senhor em nossas vidas. Portanto, foi por meio do Ângelus,
que o Anjo do Senhor: São Gabriel anunciou a Virgem de Nazaré, “pobre serva”, e
Ela deu seu SIM, em prol da nossa libertação e salvação. Ao aceitar os
desígnios do Senhor, a Virgem de Nazaré, acolheu toda a Obra de Deus, acolheu
Sua missão e Vocação: Mãe do Altíssimo. Por meio do Seu sim, Maria Santíssima
não só disse sim ao Projeto de Deus, como também disse, e diz a cada um de nós,
até nos dias de hoje, si dispondo do Seu Regaço Acolhedor. Seu exemplo de Amor
é o testemunho vivo que todo cristão deve “abraçar”, ou seja, aceitar,
Imitando-A com o sim de cada dia, através por seus filhos, servos, contudo
Escravos de Amor.
"O Anjo do Senhor Anunciou a Maria e
Ela concebeu do Espírito Santo"
Podemos perceber que de forma
transcendente, Deus enviou Seu Anjo a Escolhida, das escolhidas, Maria
Santíssima. No Velho Testamento temos vários nomes que são prefigurações desta
Doce Mulher, como por exemplo, algumas delas são: Judith, Ruth, Ester, ou seja,
mulheres que testemunharam o Amor Materno D’Ela que viria a existir, contudo no
Novo Testamento: A Mãe de Deus. Nos tempos de hoje, nós somos “figura” de Maria
Santíssima, Ela já existi e esta no meio de nós através do Espirito Santo.
Portanto, o Anjo de Maria Santíssima, vem nos anunciar a cada dia, e ao
dissermos sim como Ela, podemos afirmar que o nosso sim, não nos pertence,
pertence à Maria Santíssima, tudo é D’ela, Totus Tuus (Todo Teu, lema do
pontificado do saudoso Beato João Paulo II).
"Eis Aqui a Escrava do Senhor:
Faça-se em Mim segundo a Sua Vontade"
Portanto, como o Senhor esperou da
Virgem de Nazaré, o sim, porém, A deu livre arbítrio para tomada de decisão.
Ela espera por nós, pelo nosso sim, contudo nós dá também a liberdade de
escolha, somos livres para escolher entre o que é Bom ou Mal(...)
Maria Santíssima decidiu dizer, sim,
porque Ela escolheu a Melhor parte: O Senhor (Lc 10, 38-42)! A Virgem de Nazaré
se dispôs de toda a Sua vontade própria, deixando todos seus projetos, Ela não
só desejou, mas também quis fazer a Vontade do Senhor. É por meio do exemplo da
Mãe de Deus que temos a Salvação, por isso, foi por meio D’Ela que o Senhor
quis nascer, quis vir ao mundo e é por meio D’Ela que, com nosso sim, nascemos
em novas criaturas, para testemunharmos o Amor Materno, sobretudo Paterno, que
deve atrair muitos outros filhos de Deus à obra da Salvação dos povos, contudo
da nossa salvação. Portanto, o nosso sim a Maria Santíssima, é o sim ao Senhor,
deixando o que é velho, deixando a nossa vontade própria e projetos para
acolher a Vontade e Projetos do Senhor em nossas vidas. “A Santíssima Virgem é
o meio de que Nosso Senhor se serviu para vir a nós; e é o meio de que nos
devemos servir para ir a ele.” (Santo Agostinho)
"E o Verbo Divino se fez carne e
habitou entre nós"
Quem foi o primeiro sacrário a
receber o Senhor? Maria Santíssima. Maria Santíssima nos recorda que o Verbo
encarnado em Seu seio, é o mesmo Pão da Vida oferecido como alimento para os
fiéis (Eis aí Tua Mãe –Stefano de Fiores, p. 88). Jesus se encontra em cada
Sacrário, esperando por cada um de nós. Nosso ser, também é templo do Espírito
Santo, assim como Maria Santíssima foi e o É do Senhor, entre todas as
gerações. “(...) me proclamarão Bem Aventurada entre todas as gerações (...)”
Lc 1, 48c. Ela, merecedora, embora em sua Santa Humildade, se fez pequena, uma
“pobre serva” Lc 1, 48a “(...) porque olhou para a pequenez de Sua serva(...)”
concebida sem pecado, essencial diferença por ter sido a Escolhida; nós não
merecedores, pecadores, porém, escolhidos, predestinados servos do Senhor, por
Amor, para a remissão dos nossos pecados e glorificação de nossa alma na
plenitude Eterna.
2. A Verdadeira Devoção à Maria
Santíssima
Dentre os santos que praticaram a
santa escravidão (consagração à Jesus por Maria Santíssima),aparece em primeiro
lugar o santo que organizou o método mais eficaz sobre esta consagração: São
Luís Maria Grignion de Montfort. Ele deixou para todos nós seu legado o qual
explica sobre a Verdadeira Devoção á Maria Santíssima, conhecida também como
“Escravidão de Amor”
A diferença entre um servo e um
escravo é total:
- Um servo não dá a seu patrão tudo
o que é, tudo o que possui ou pode adquirir por outrem ou por si mesmo; mas um
escravo se dá integralmente a seu senhor, com tudo o que possui ou possa adquirir,
sem nenhuma exceção.
- O servo exige salário pelos
serviços que presta a seu patrão; o escravo, porém, nada pode exigir, seja qual
for a assiduidade, a habilidade, a força que empregue no trabalho.
- O servo pode deixar o patrão
quando quiser, ou ao menos quando expirar o tempo de serviço, mas o escravo não
tem esse direito.
- O patrão não tem sobre o servo
direito algum de vida e de morte, de modo que, se o matasse como mata um se
seus animais de carga, cometeria um homicídio; mas, pelas leis, o senhor tem
sobre o escravo o poder de vida e morte26; de modo que pode vendê-lo a quem o
quiser ou matá-lo, como, sem comparação, o faria a seu cavalo.
- O servo, enfim, só por algum
tempo fica a serviço de um patrão, enquanto o escravo o é para sempre.
Só a escravidão, entre os homens,
põe uma pessoa na posse e dependência completa de outra. Nada há, do mesmo
modo, que mais absolutamente nos faça pertencer a Jesus Cristo e a sua Mãe
Santíssima do que a escravidão voluntária, conforme o exemplo do próprio Jesus
Cristo, que, por nosso amor, tomou a forma de escravo: “Formam servi accipiens”
(Filip 2, 7), e da Santíssima Virgem, que se declarou a escrava do Senhor (Lc
1, 38). São Luís Maria Grignion de Montfort, TVD artigos: 71 e 72, p.60-61.
Portanto, ser escravo de amor de
Maria Santíssima é pertencer e ser totalmente dependente D’Ela, fazer tudo por,
com, em e para Ela. Porém, por se tratar de uma escravidão de amor, seremos
presos por amor, devemos ser, de forma voluntária. O amor nos faz livres e nos
liberta da escravidão do pecado. A consequência de sermos escravo de amor se
dará em nos sentirmos amados (ª), protegidos (ª), ensinados (ª) enfim, formados
(ª) por Tão Boa Mãe que nos levará a Salvação. Ao decidirmos pela Consagração à
Santíssima Virgem Maria, devemos, contudo, estarmos convictos na fé que Este é
o Melhor Caminho a Seguir, contudo, não há outro caminho, assim Deus quis vir
por meio de uma simples mulher: Maria Santíssima. Nós, obra de criação da
divindade devemos retornar a Este primeiro amor por meio D’Ela Anunciada pelo
Anjo do Senhor à obra da Salvação.
3.Como fazer esta consagração?
Para
fazer esta consagração é necessário primeiro conhecê-la; lendo e estudando o
Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem, escrito por São Luís de
Montfort. Assim, após se ter consciência do que é esta Consagração e de como
deve vivê-la pode se marcar uma data e fazer os exercícios preparatórios que
durarão 33 dias (em alusão aos anos que NSJC passou na terra).
Durante esta preparação, faz-se uma
confissão geral e no dia escolhido (de preferência uma festa Mariana)
participasse do Santo Sacrifício da Missa e se recebe Jesus no Santíssimo
Sacramento. Depois da Ação de Graças (e como Ação de Graças) se recita a
fórmula da Consagração que deve estar previamente copiada (de preferência de
próprio punho) e se assina. Quando o sacerdote tem conhecimento da consagração
e apoia, pode-se pedir que ele assine a folha como diretor espiritual e abençoe
as correntes (se forem ser utilizadas).
4. Dogmas Marianos (Totus Tuus - Manual de Consagração a Jesus por Maria Santíssima - Método de São Luís Maria Grignion de Montfort).
Os dogmas marianos são verdades de
fé sobre Nossa Senhora. O fundamento de toda a verdade é a própria Sagrada
Escritura, que contém as verdades fundamentais da fé e de onde se podem deduzir
os dogmas e verdades que a Igreja foi acreditando ao longo dos séculos. Os
fiéis acreditamos nas verdades de fé e o Magistério da Igreja declara o que já
está na fé do povo. São verdades que são vivas, em primeiro lugar, na fé e na
crença do povo cristão. Não é uma invenção da Igreja, mas a explicitação
daquilo em que o povo já crê.
A Igreja possui uma série de
verdades de fé, conhecidas como dogmas, em que os católicos devem crer. No
total, são 44 dogmas subdivididos em 8 categorias diferentes - sobre Deus;
sobre Jesus Cristo; sobre a criação do mundo; sobre o ser humano; sobre o Papa
e a Igreja; sobre os sacramentos; sobre as últimas coisas; sobre Maria, o qual,
Este último, iremos explicar adiante.
Os dogmas marianos são quatro:
1. Maria, Mãe de Deus (Maternidade Divina)
Maria é verdadeiramente Mãe do Deus
encarnado, Jesus Cristo. Já nos primeiros três séculos, os Padres da Igreja
utilizaram as definições Mater Dei (em latim) ou Theotókos (em grego), que
significam Mãe de Deus, tais como Inácio (107), Orígenes (254), Atanásio (330)
e João Crisóstomo (400). Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo
Terceiro Concílio Ecumênico, realizado em Éfeso, em 431. “Com efeito, Deus
trata Maria como pessoa livre e responsável, e não realiza a Encarnação de seu
Filho senão depois de ter obtido o seu consentimento” (A Virgem Maria -
Catequeses do Papa João Paulo II, sobre Nossa Senhora - p. 95).
O Dogma da Maternidade Divina teve
como base as seguintes escrituras: Is 7, 14; Gl 4,4; Lc 1, 35; Lc 1, 43; Rm
9,5. – CIC, p.140, art. 495.
"Jesus é plenamente homem e
plenamente Deus. Maria foi Mãe deste Deus feito homem, que é Jesus; assim,
Maria é Mãe de Deus. É uma realidade que dá fundamento a todas as outras. É uma
verdade, em primeiro lugar, sobre Cristo, pois é preciso afirmar que Jesus é
verdadeiramente Deus para que possamos falar que Maria é Mãe de Deus” (Pe.
Alexandre Awi de Mello. Doutorando em Mariologia pela Universidade Católica de
Dayton (EUA) e membro do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt)
2. Perpétua Virgindade de Maria
Ensina que Maria é virgem antes,
durante e depois do parto. É o dogma mariano mais antigo das Igrejas Católica e
Oriental Ortodoxa, afirmando a "real e perpétua virgindade mesmo no ato de
dar à luz o Filho de Deus feito homem" (Catecismo da Igreja Católica,
499). Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Concílio de Trento, em
1555, embora já fosse um dogma no cristianismo primitivo, como indicam escritos
de São Justino Mártir e Orígenes.
“ (...) É preciso pedir
incessantemente a Deus, por intercessão de Maria, um novo florescimento de
vocações religiosas”. (A Virgem Maria - Catequeses do Papa João Paulo II, sobre
Nossa Senhora - p. 77).
O Dogma da Virgindade perpétua teve
como base as seguintes escrituras: Is 7, 14; Lc 1, 26-27; Lc 1, 34; Mt 1, 18;
Ez 44, 2; Mq 5, 2-3; Mt 1, 22-23; Lc 21,
7. – CIC, P. 141, art. 499.
"É uma crença que já está na
sagrada Escritura e defende que Maria concebeu Jesus virginalmente, deu à luz
virginalmente e assim permaneceu até o final da vida" (Pe.Alexandre
Mello)
“Os que negavam a virgindade de
Maria após o parto, baseavam-se nas passagens dos irmãos de Jesus. Por exemplo:
“Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas
e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs? E ficaram perplexos a
seu respeito.” (Mc 6,3) No hebraico ou aramaico, não existia uma palavra para
exprimir primo. Assim a palavra irmão era utilizada para exprimir parentesco.
Acreditar na virgindade de Maria é
acreditar nos privilégios que Deus tinha por sua Mãe. Ela era e é a cheia de
graça, cheia das benções de Deus, que pode tudo”. (Totus Tuus - Manual de
Consagração a Jesus por Maria Santíssima – Método de São Luís Maria Grignion de
Montfort – Mara Lúcia Figueira Vieira de Carvalho e César Augusto Saraiva de Carvlaho,
p.39).
3. Imaculada Conceição de Maria
Defende que a concepção de Maria foi
realizada sem qualquer mancha de pecado original, no ventre da sua mãe. Dessa
forma, ela foi preservada por Deus do pecado desde o primeiro momento da sua
existência, como apontam as palavras do Anjo Gabriel - "sempre cheia de
graça divina" - kecaritwmenh, em grego. Essa doutrina foi definida
dogmaticamente pelo Papa Pio IX na Constituição Ineffabilis Deus, em 8 de
dezembro de 1854.
A festa da Imaculada Conceição de Maria
é celebrada em 8 de Dezembro, definida inicialmente em 1476 pelo Papa Sixto IV.
Também neste caso, muitos escritos dos Padres da Igreja já defendiam a
Imaculada Conceição de Maria, pois era adequado que a Mãe do Cristo estivesse
completamente livre do pecado para gerar o Filho de Deus.
O Dogma da Imaculada Conceição teve
como base as seguintes escrituras: Gn 3, 15; Lc 1, 28 e Lc 1, 42. – CIC, p.
138, art. 490.
4. Assunção de Maria
Indica que a Virgem Maria, ao fim de
sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória dos céus. Essa doutrina
foi definida dogmaticamente pelo Papa Pio XII na Constituição Munificentissimus
Deus, em 1º de novembro de 1950.
"Depois de elevar a Deus muitas
e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade, para glória de
Deus onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua peculiar benevolência; para
honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte;
para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a
Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados
apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser
dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria,
terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do
céu", indica o Papa.
"É uma verdade em que a Igreja
acredita desde os séculos 5 e 6, quando já havia uma celebração da então
chamada Dormição de Maria", (Pe.Alexandre).
O Concílio Vaticano II, recordando a
Assunção, argumentava que se Maria havia sido preservada de toda a mancha do
pecado original, não poderia permanecer como todos os outros homens no estado
de morte até o fim do mundo.
Acreditar na Assunção de Maria
implica em saber que este acontecimento foi decorrente da ressurreição de
Jesus. Devemos ainda acreditar na promessa da ressurreição de Jesus. Devemos
ainda acreditar na promessa da ressurreição para todos os povos, pois temos
Maria Santíssima como exemplo.
Todo título glorioso em Maria, todo
privilégio recebido por Maria, tudo lhe foi dado em vista de sua alta missão de
Mãe de Deus Filho, Mãe da Igreja, Mãe e Advogada nossa, junto a Deus (Totus
Tuss, p. 43).
Contudo, a descoberta, o
conhecimento, a intimidade com Maria Santíssima, a oração, a importância da
Liturgia Mariana, enfim, a espiritualidade D’Esta Augusta Senhora, como
menciona nosso saudoso Beato João Paulo II:
“Exerce, por fim, a sua maternidade
para com a comunidade dos crentes, não só orando a fim de obter para a Igreja
os dons do Espírito Santo, necessários para a sua formação e o seu futuro, mas
educando, além disso, os discípulos do Senhor para constante comunhão com Deus.
Ela tornou-se desse modo educadora do povo cristão para a oração, para o
encontro com Deus, elementos central e indispensável para que a obra dos
Pastores e dos fiéis tenha sempre no senhor o seu início e a sua motivação
profunda” ( A Virgem Maria - Catequeses do Papa João Paulo II, sobre Nossa
Senhora 11).
É importante salientar que todas
práticas de orações que nos levam a intimidade com Maria Santíssima, são
importantes, porém a Liturgia Mariana, vai além, por ser celebrada no Santo
Mistério, na Santa Missa, onde o Senhor em Seu sacrífico Se dá a nós em Sua
paixão, Morte e Ressureição.