domingo, 4 de agosto de 2013

Conhecendo melhor a Mãe de Deus




1. Como descobrimos quem é Maria Santíssima?

Como sabemos quem é uma pessoa, quando ouvimos falar dela, quando lemos algo sobre ela e ou quando nos aproximamos dela,não é mesmo? A princípio o livro da vida, a Bíblia nos revela a história de nossa Salvação, sobretudo nos fala também sobre Maria Santíssima e quem Ela é. A nossa Corredentora, através do seu sim permitiu que tivéssemos a Salvação, no entanto tivemos o conhecimento do Senhor por meio D’Ela. Então, sabemos quem é Maria Santíssima por meio da Palavra da Vida e ou de alguém que nos fala sobre Ela.

2. Como conhecer Maria Santíssima?

O amor uni as pessoas, quando ouvimos, quando lemos, quando nos aproximamos de alguém que atrai a nossa atenção, procuramos conhecê-la.E como conhecemos alguém? Quando nos aproximamos dela e utilizamos os instrumentos que nos leva a conhecê-la, por exemplo: a comunicação. A partir da comunicação começamos uma amizade com alguém. Com Maria Santíssima não é diferente, é necessário nos aproximar Dela para conhecê-La, é necessário nos comunicar com Ela.

3. Como ser amigo(ª) de Maria Santíssima?

A partir do momento que iniciamos uma amizade, é porque decidimos ser amigo de alguém, o relacionamento se tornará saudável quando fazemos nosso amigo (ª) feliz, não é? E também nos sentiremos felizes. Então, para que haja uma amizade saudável é necessário fazer tudo em prol do bem da pessoa amiga, e nada melhor que após conhecê-la dispormos daquilo que nosso amigo gosta e se senti bem, com respeito mutuo assim a amizade e a intimidade, ou seja, o vinculo criado nos laços de amizade aumentará.

Portanto, o que Maria Santíssima gosta, o que a deixa feliz, contudo que nos faz feliz. Citaremos alguns atos de amor que são meios que podemos utilizar para nos comunicar com Ela :

O primeiro ato de amor que deixa a Mãe de Deus feliz, é reconhecer Deus como Nosso Senhor;

O segundo ato de amor é reconhece que Ela é o meio que nos leva a Nosso Senhor, não por Ela, mas porque o próprio Deus quis.

O terceiro ato de amor é utilizar as práticas (Externas e Internas) que nos aproxima cada vez mais ao conhecimento do amor maternal da Virgem Maria, que nos leva ao Senhor, pois Deus a escolheu como Mãe, que concebeu, gerou e formou Jesus Cristo.

Práticas externas: a Santa Missa, a Sagrada Escrita, a Consagração de si a Jesus Cristo por meio de nossa Senhora, a oração do Rosário e ou terço, a adoração, celebrar as datas festivas (Páscoa, Natal, Marianas, dias dos Santos, etc) que a Igreja nos convida.

Práticas internas: Decidi diariamente ter Jesus por meio de Maria Santíssima, ou seja, realizar todas as ações por Meio D’Ela deixar-se ser inteiramente plasmado (ª) pela Santíssima Virgem Maria, ser Todo Dela “Totus Tuus”. Totus Tuus, foi o lema do pontificado do saudoso Papa João Paulo II. Ele usou estas palavras como lema por causa da sua particular devoção e consagração a Virgem Maria. Porém, a expressão “totus tuus” tem sua origem nos escritos São Luís Maria Grignion de Montfort e significa a consagração total a Virgem Maria (Fonte: Blog Escravidão de Amor). Sair de si, ou seja, desapegar do que era velho e apegar, depender totalmente D’Ela que nos leva ao Novo: O Senhor; suas vontades e desejos não serão mais seus, somente Nossa Senhora com seu amor maternal, o moldará do homem velho para novo homem, pois Ela é o “molde vivo de Deus” (Santo Agostinho). Por exemplo: vícios, apegos de pessoas e ou objetos, sensualidade, orgulho, todo o que há de mal em nós, será posto na forma de Nossa Senhora e Ela ornamentará com sua docilidade, Seu perfume de Mãe na forma divina. Santo Anselmo diz que “Maria Santíssima goza de tanto poder perto de Deus, que Ela faz o que quer”.


4. Como fazer a vontade de Maria Santíssima, contudo a Vontade do Senhor?

Então descobrimos, conhecemos e passamos ser amigos de Maria Santíssima. Na experiência e vivencia da Espiritualidade Mariana a nossa vontade, “morre”, deixa de existir, a vontade da carne não prevalecerá, só assim podemos ser instrumentos vivos, de Maria Santíssima, portanto de Nosso Senhor Jesus Cristo. A graça que Deus permitiu quando escolheu Nossa Senhora por Sua Mãe, inunda nosso ser, o senhor a escolheu e nós somos predestinados, sobretudo, escolhidos por Deus para viver com Eles a plenitude da Vida Eterna. Portanto, é a vontade do Senhor que se faz em nós quando dizemos e permitimos, assim como Maria Santíssima disse: Eis aqui a Escrava do senhor: Faça-se em mim a Sua Vontade.

Contudo, humanamente falando, conhecemos alguns atos que nos levam a ter, experimentar, portanto, vivenciar de forma extraordinária uma amizade, ou seja, intimidade com a Doce Mãe: Maria Santíssima, contanto com Nosso Senhor Jesus Cristo. Agora, como mencionamos acima, iremos conhecer teologicamente “traços” da Espiritualidade Mariana, desde o sim de Maria Santíssima, presente no Ângelus, a verdadeira devoção à Maria Santíssima (Escravidão de Amor), ou seja, a consagração de si a Jesus por meio D’Ela, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, e também os dogmas que o Magistério da Igreja define sob a autoridade que recebeu de Cristo.

Traços da Espiritualidade Mariana

1. Ângelus:

(Lc 1, 26-38); CIC – p.136, parágrafo 2, art. 484 – p. 139, art. 494

O Ângelus é uma oração presente no coração da Mãe Igreja, contanto, no Coração de Maria Santíssima. Foi por meio do Ângelus, que descobrimos o Amor, e hoje, temos a oportunidade de conhecer e fazer a Vontade do Senhor em nossas vidas. Portanto, foi por meio do Ângelus, que o Anjo do Senhor: São Gabriel anunciou a Virgem de Nazaré, “pobre serva”, e Ela deu seu SIM, em prol da nossa libertação e salvação. Ao aceitar os desígnios do Senhor, a Virgem de Nazaré, acolheu toda a Obra de Deus, acolheu Sua missão e Vocação: Mãe do Altíssimo. Por meio do Seu sim, Maria Santíssima não só disse sim ao Projeto de Deus, como também disse, e diz a cada um de nós, até nos dias de hoje, si dispondo do Seu Regaço Acolhedor. Seu exemplo de Amor é o testemunho vivo que todo cristão deve “abraçar”, ou seja, aceitar, Imitando-A com o sim de cada dia, através por seus filhos, servos, contudo Escravos de Amor.

"O Anjo do Senhor Anunciou a Maria e Ela concebeu do Espírito Santo"

Podemos perceber que de forma transcendente, Deus enviou Seu Anjo a Escolhida, das escolhidas, Maria Santíssima. No Velho Testamento temos vários nomes que são prefigurações desta Doce Mulher, como por exemplo, algumas delas são: Judith, Ruth, Ester, ou seja, mulheres que testemunharam o Amor Materno D’Ela que viria a existir, contudo no Novo Testamento: A Mãe de Deus. Nos tempos de hoje, nós somos “figura” de Maria Santíssima, Ela já existi e esta no meio de nós através do Espirito Santo. Portanto, o Anjo de Maria Santíssima, vem nos anunciar a cada dia, e ao dissermos sim como Ela, podemos afirmar que o nosso sim, não nos pertence, pertence à Maria Santíssima, tudo é D’ela, Totus Tuus (Todo Teu, lema do pontificado do saudoso Beato João Paulo II).

"Eis Aqui a Escrava do Senhor: Faça-se  em Mim segundo a Sua Vontade"

Portanto, como o Senhor esperou da Virgem de Nazaré, o sim, porém, A deu livre arbítrio para tomada de decisão. Ela espera por nós, pelo nosso sim, contudo nós dá também a liberdade de escolha, somos livres para escolher entre o que é Bom ou Mal(...)

Maria Santíssima decidiu dizer, sim, porque Ela escolheu a Melhor parte: O Senhor (Lc 10, 38-42)! A Virgem de Nazaré se dispôs de toda a Sua vontade própria, deixando todos seus projetos, Ela não só desejou, mas também quis fazer a Vontade do Senhor. É por meio do exemplo da Mãe de Deus que temos a Salvação, por isso, foi por meio D’Ela que o Senhor quis nascer, quis vir ao mundo e é por meio D’Ela que, com nosso sim, nascemos em novas criaturas, para testemunharmos o Amor Materno, sobretudo Paterno, que deve atrair muitos outros filhos de Deus à obra da Salvação dos povos, contudo da nossa salvação. Portanto, o nosso sim a Maria Santíssima, é o sim ao Senhor, deixando o que é velho, deixando a nossa vontade própria e projetos para acolher a Vontade e Projetos do Senhor em nossas vidas. “A Santíssima Virgem é o meio de que Nosso Senhor se serviu para vir a nós; e é o meio de que nos devemos servir para ir a ele.” (Santo Agostinho)

"E o Verbo Divino se fez carne e habitou entre nós"

Quem foi o primeiro sacrário a receber o Senhor? Maria Santíssima. Maria Santíssima nos recorda que o Verbo encarnado em Seu seio, é o mesmo Pão da Vida oferecido como alimento para os fiéis (Eis aí Tua Mãe –Stefano de Fiores, p. 88). Jesus se encontra em cada Sacrário, esperando por cada um de nós. Nosso ser, também é templo do Espírito Santo, assim como Maria Santíssima foi e o É do Senhor, entre todas as gerações. “(...) me proclamarão Bem Aventurada entre todas as gerações (...)” Lc 1, 48c. Ela, merecedora, embora em sua Santa Humildade, se fez pequena, uma “pobre serva” Lc 1, 48a “(...) porque olhou para a pequenez de Sua serva(...)” concebida sem pecado, essencial diferença por ter sido a Escolhida; nós não merecedores, pecadores, porém, escolhidos, predestinados servos do Senhor, por Amor, para a remissão dos nossos pecados e glorificação de nossa alma na plenitude Eterna.

2. A Verdadeira Devoção à Maria Santíssima

Dentre os santos que praticaram a santa escravidão (consagração à Jesus por Maria Santíssima),aparece em primeiro lugar o santo que organizou o método mais eficaz sobre esta consagração: São Luís Maria Grignion de Montfort. Ele deixou para todos nós seu legado o qual explica sobre a Verdadeira Devoção á Maria Santíssima, conhecida também como “Escravidão de Amor”


A diferença entre um servo e um escravo é total:

- Um servo não dá a seu patrão tudo o que é, tudo o que possui ou pode adquirir por outrem ou por si mesmo; mas um escravo se dá integralmente a seu senhor, com tudo o que possui ou possa adquirir, sem nenhuma exceção.

- O servo exige salário pelos serviços que presta a seu patrão; o escravo, porém, nada pode exigir, seja qual for a assiduidade, a habilidade, a força que empregue no trabalho.

- O servo pode deixar o patrão quando quiser, ou ao menos quando expirar o tempo de serviço, mas o escravo não tem esse direito.

- O patrão não tem sobre o servo direito algum de vida e de morte, de modo que, se o matasse como mata um se seus animais de carga, cometeria um homicídio; mas, pelas leis, o senhor tem sobre o escravo o poder de vida e morte26; de modo que pode vendê-lo a quem o quiser ou matá-lo, como, sem comparação, o faria a seu cavalo.

- O servo, enfim, só por algum tempo fica a serviço de um patrão, enquanto o escravo o é para sempre.

Só a escravidão, entre os homens, põe uma pessoa na posse e dependência completa de outra. Nada há, do mesmo modo, que mais absolutamente nos faça pertencer a Jesus Cristo e a sua Mãe Santíssima do que a escravidão voluntária, conforme o exemplo do próprio Jesus Cristo, que, por nosso amor, tomou a forma de escravo: “Formam servi accipiens” (Filip 2, 7), e da Santíssima Virgem, que se declarou a escrava do Senhor (Lc 1, 38). São Luís Maria Grignion de Montfort, TVD artigos: 71 e 72, p.60-61.

Portanto, ser escravo de amor de Maria Santíssima é pertencer e ser totalmente dependente D’Ela, fazer tudo por, com, em e para Ela. Porém, por se tratar de uma escravidão de amor, seremos presos por amor, devemos ser, de forma voluntária. O amor nos faz livres e nos liberta da escravidão do pecado. A consequência de sermos escravo de amor se dará em nos sentirmos amados (ª), protegidos (ª), ensinados (ª) enfim, formados (ª) por Tão Boa Mãe que nos levará a Salvação. Ao decidirmos pela Consagração à Santíssima Virgem Maria, devemos, contudo, estarmos convictos na fé que Este é o Melhor Caminho a Seguir, contudo, não há outro caminho, assim Deus quis vir por meio de uma simples mulher: Maria Santíssima. Nós, obra de criação da divindade devemos retornar a Este primeiro amor por meio D’Ela Anunciada pelo Anjo do Senhor à obra da Salvação.

3.Como fazer esta consagração? 

Para fazer esta consagração é necessário primeiro conhecê-la; lendo e estudando o Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem, escrito por São Luís de Montfort. Assim, após se ter consciência do que é esta Consagração e de como deve vivê-la pode se marcar uma data e fazer os exercícios preparatórios que durarão 33 dias (em alusão aos anos que NSJC passou na terra).

Durante esta preparação, faz-se uma confissão geral e no dia escolhido (de preferência uma festa Mariana) participasse do Santo Sacrifício da Missa e se recebe Jesus no Santíssimo Sacramento. Depois da Ação de Graças (e como Ação de Graças) se recita a fórmula da Consagração que deve estar previamente copiada (de preferência de próprio punho) e se assina. Quando o sacerdote tem conhecimento da consagração e apoia, pode-se pedir que ele assine a folha como diretor espiritual e abençoe as correntes (se forem ser utilizadas).

4. Dogmas Marianos (Totus Tuus - Manual de Consagração a Jesus por Maria Santíssima - Método de São Luís Maria Grignion de Montfort). 

Os dogmas marianos são verdades de fé sobre Nossa Senhora. O fundamento de toda a verdade é a própria Sagrada Escritura, que contém as verdades fundamentais da fé e de onde se podem deduzir os dogmas e verdades que a Igreja foi acreditando ao longo dos séculos. Os fiéis acreditamos nas verdades de fé e o Magistério da Igreja declara o que já está na fé do povo. São verdades que são vivas, em primeiro lugar, na fé e na crença do povo cristão. Não é uma invenção da Igreja, mas a explicitação daquilo em que o povo já crê.

A Igreja possui uma série de verdades de fé, conhecidas como dogmas, em que os católicos devem crer. No total, são 44 dogmas subdivididos em 8 categorias diferentes - sobre Deus; sobre Jesus Cristo; sobre a criação do mundo; sobre o ser humano; sobre o Papa e a Igreja; sobre os sacramentos; sobre as últimas coisas; sobre Maria, o qual, Este último, iremos explicar adiante.


Os dogmas marianos são quatro:

1. Maria, Mãe de Deus (Maternidade Divina)
Maria é verdadeiramente Mãe do Deus encarnado, Jesus Cristo. Já nos primeiros três séculos, os Padres da Igreja utilizaram as definições Mater Dei (em latim) ou Theotókos (em grego), que significam Mãe de Deus, tais como Inácio (107), Orígenes (254), Atanásio (330) e João Crisóstomo (400). Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Terceiro Concílio Ecumênico, realizado em Éfeso, em 431. “Com efeito, Deus trata Maria como pessoa livre e responsável, e não realiza a Encarnação de seu Filho senão depois de ter obtido o seu consentimento” (A Virgem Maria - Catequeses do Papa João Paulo II, sobre Nossa Senhora - p. 95).

O Dogma da Maternidade Divina teve como base as seguintes escrituras: Is 7, 14; Gl 4,4; Lc 1, 35; Lc 1, 43; Rm 9,5. – CIC, p.140, art. 495.
"Jesus é plenamente homem e plenamente Deus. Maria foi Mãe deste Deus feito homem, que é Jesus; assim, Maria é Mãe de Deus. É uma realidade que dá fundamento a todas as outras. É uma verdade, em primeiro lugar, sobre Cristo, pois é preciso afirmar que Jesus é verdadeiramente Deus para que possamos falar que Maria é Mãe de Deus” (Pe. Alexandre Awi de Mello. Doutorando em Mariologia pela Universidade Católica de Dayton (EUA) e membro do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt)

2. Perpétua Virgindade de Maria

Ensina que Maria é virgem antes, durante e depois do parto. É o dogma mariano mais antigo das Igrejas Católica e Oriental Ortodoxa, afirmando a "real e perpétua virgindade mesmo no ato de dar à luz o Filho de Deus feito homem" (Catecismo da Igreja Católica, 499). Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Concílio de Trento, em 1555, embora já fosse um dogma no cristianismo primitivo, como indicam escritos de São Justino Mártir e Orígenes.
“ (...) É preciso pedir incessantemente a Deus, por intercessão de Maria, um novo florescimento de vocações religiosas”. (A Virgem Maria - Catequeses do Papa João Paulo II, sobre Nossa Senhora - p. 77).

O Dogma da Virgindade perpétua teve como base as seguintes escrituras: Is 7, 14; Lc 1, 26-27; Lc 1, 34; Mt 1, 18; Ez 44, 2; Mq 5, 2-3; Mt 1, 22-23;  Lc 21, 7. – CIC, P. 141, art. 499.

"É uma crença que já está na sagrada Escritura e defende que Maria concebeu Jesus virginalmente, deu à luz virginalmente e assim permaneceu até o final da vida" (Pe.Alexandre Mello) 

“Os que negavam a virgindade de Maria após o parto, baseavam-se nas passagens dos irmãos de Jesus. Por exemplo: “Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs? E ficaram perplexos a seu respeito.” (Mc 6,3) No hebraico ou aramaico, não existia uma palavra para exprimir primo. Assim a palavra irmão era utilizada para exprimir parentesco.
Acreditar na virgindade de Maria é acreditar nos privilégios que Deus tinha por sua Mãe. Ela era e é a cheia de graça, cheia das benções de Deus, que pode tudo”. (Totus Tuus - Manual de Consagração a Jesus por Maria Santíssima – Método de São Luís Maria Grignion de Montfort – Mara Lúcia Figueira Vieira de Carvalho e César Augusto Saraiva de Carvlaho, p.39).

 3. Imaculada Conceição de Maria

Defende que a concepção de Maria foi realizada sem qualquer mancha de pecado original, no ventre da sua mãe. Dessa forma, ela foi preservada por Deus do pecado desde o primeiro momento da sua existência, como apontam as palavras do Anjo Gabriel - "sempre cheia de graça divina" - kecaritwmenh, em grego. Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Papa Pio IX na Constituição Ineffabilis Deus, em 8 de dezembro de 1854.

A festa da Imaculada Conceição de Maria é celebrada em 8 de Dezembro, definida inicialmente em 1476 pelo Papa Sixto IV. Também neste caso, muitos escritos dos Padres da Igreja já defendiam a Imaculada Conceição de Maria, pois era adequado que a Mãe do Cristo estivesse completamente livre do pecado para gerar o Filho de Deus.

O Dogma da Imaculada Conceição teve como base as seguintes escrituras: Gn 3, 15; Lc 1, 28 e Lc 1, 42. – CIC, p. 138, art.  490.


4. Assunção de Maria

Indica que a Virgem Maria, ao fim de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória dos céus. Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Papa Pio XII na Constituição Munificentissimus Deus, em 1º de novembro de 1950.

"Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu", indica o Papa.

"É uma verdade em que a Igreja acredita desde os séculos 5 e 6, quando já havia uma celebração da então chamada Dormição de Maria", (Pe.Alexandre).

O Concílio Vaticano II, recordando a Assunção, argumentava que se Maria havia sido preservada de toda a mancha do pecado original, não poderia permanecer como todos os outros homens no estado de morte até o fim do mundo.

Acreditar na Assunção de Maria implica em saber que este acontecimento foi decorrente da ressurreição de Jesus. Devemos ainda acreditar na promessa da ressurreição de Jesus. Devemos ainda acreditar na promessa da ressurreição para todos os povos, pois temos Maria Santíssima como exemplo.

Todo título glorioso em Maria, todo privilégio recebido por Maria, tudo lhe foi dado em vista de sua alta missão de Mãe de Deus Filho, Mãe da Igreja, Mãe e Advogada nossa, junto a Deus (Totus Tuss, p. 43).

Contudo, a descoberta, o conhecimento, a intimidade com Maria Santíssima, a oração, a importância da Liturgia Mariana, enfim, a espiritualidade D’Esta Augusta Senhora, como menciona nosso saudoso Beato João Paulo II:

“Exerce, por fim, a sua maternidade para com a comunidade dos crentes, não só orando a fim de obter para a Igreja os dons do Espírito Santo, necessários para a sua formação e o seu futuro, mas educando, além disso, os discípulos do Senhor para constante comunhão com Deus. Ela tornou-se desse modo educadora do povo cristão para a oração, para o encontro com Deus, elementos central e indispensável para que a obra dos Pastores e dos fiéis tenha sempre no senhor o seu início e a sua motivação profunda” ( A Virgem Maria - Catequeses do Papa João Paulo II, sobre Nossa Senhora 11).

É importante salientar que todas práticas de orações que nos levam a intimidade com Maria Santíssima, são importantes, porém a Liturgia Mariana, vai além, por ser celebrada no Santo Mistério, na Santa Missa, onde o Senhor em Seu sacrífico Se dá a nós em Sua paixão, Morte e Ressureição.

Andréa Lustosa - Missionária e Formadora na Magnificat - Missão Católica de Evangelização