Confesso com toda a Igreja que
Maria é uma pura criatura saída das mãos do Altíssimo. Comparada, portanto, à
Majestade infinita ela é menos que um átomo, é, antes, um nada, pois que só ele
é “Aquele que é” (Ex 3, 14) e, por conseguinte, este grande Senhor, sempre
independente e bastando-se a si mesmo, não tem nem teve jamais necessidade da
Santíssima Virgem para a realização de suas vontades e a manifestação de sua
glória. Basta-lhe querer para tudo fazer.
Digo, entretanto, que, supostas
as coisas como são, já que Deus quis começar e acabar suas maiores obras por
meio da Santíssima Virgem, depois que a formou, é de crer que não mudará de
conduta nos séculos dos séculos, pois é Deus, imutável em sua conduta e em seus
sentimentos. Tratado da Verdadeira Devoção à Maria Santíssima - “Necessidade da devoção à Santíssima Virgem”,
art. 14 e 15, afirma, São Luís Maria Grignion de Montfort.
Deus quis e escolheu Maria Santíssima
como Co vítima e Co redentora de Sua obra Salvífica, Ela, “pobre serva” de
Nazaré, por meio de Seu Sim veio Libertar e Salvar todos os pecadores, por isso
no Seu louvor quando proclama o Magnificat (Lc 1, 46-55) ao visitar sua prima Isabel não
apenas podemos perceber a manifestação da sua missão, como também sua vocação: Mãe
do Altíssimo. “Minha alma glorifica ao
Senhor meu espirito exulta de alegria em Deus meu Salvador por que olhou para
pequenez de sua pobre serva. por isso desde agora me proclamarão Bem Aventurada todas as
gerações por que realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é
Santo.(...) Manifestou o poder de Seu braço, desconcertou o coração dos
soberbos, derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens
os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos".
Portanto, como afirma São Luís
Maria Grignion de Montfort, temos “necessidade da devoção a Maria Santíssima”,
e essa necessidade advém para sermos libertos e salvos do que nos separa de
Deus. A Libertação e Salvação de todo o povo, iniciou por Maria Santíssima ao
dizer Sim e ao conceber do Espírito Santo. A obra Salvífica também “acabou” por meio D’Ela na morte do
Senhor na Cruz. Quando São Luís Maria Grignion de Montfort menciona acima que Deus
quis acabar suas maiores obras por meio de Maria Santíssima, ele se refere as
obras humanamente falando, contudo para nossa Salvação. Esse mistério da
Salvação, ou seja, a Vida Eterna terá Aqueles que disserem seu Sim como Maria Santíssima,
acolhendo o Projeto que o próprio Deus manifestou em Sua Mãe à todos os povos.
Andréa Lustosa - Formadora na Magnificat - Missão Católica de Evangelização