Devemos consagrar nossa família à Virgem Maria. Nossa Senhora é Mãe da Igreja e de cada um de nós. Ela
recebeu de Jesus aos pés da Cruz, cada cristão como filho. Mas, sobretudo ela é
mãe protetora das famílias, pois cuidou da Sagrada família de Nazaré.
Ninguém como a Virgem Maria sabe consolar as mães
sofredoras, as mulheres abandonadas e traídas, os pais angustiados com os
problemas de seus filhos.
A Igreja ensina que a família é a célula vital da sociedade,
desejada e idealizada por Deus para ser o “Santuário da Vida”, como disse João
Paulo II; mas hoje a família está imensamente ameaçada por um conjunto de
práticas imorais que contrariam a vontade e a lei de Deus: aborto, eutanásia,
drogas, bebidas, manipulação de embriões humanos, casamento de pessoas do mesmo
sexo, falsas famílias, divórcio, uniões sem matrimônio, “amor livre”, e muitos
outros males. Quem salvará a família de tantas misérias e tristezas? A Virgem
Maria.
Mais do que nunca hoje os pais precisam, diariamente,
consagrar-se a Maria; bem como consagrar seus filhos, seu casamento, seu
trabalho, seu lar. São muitas as misérias que hoje entram no lar trazendo o
pecado, os maus comportamentos, os vícios, a pornografia, etc. Maria é Aquela que,
desde os primórdios, recebeu de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça de
Satanás. Ela é a consoladora dos aflitos, auxiliadora dos cristãos, advogada
nossa.
O lar precisa urgentemente ser protegido por Aquela que Deus
escolheu para sua Mãe. Cada família cristã precisa hoje rezar o sagrado Terço
de Nossa Senhora contemplando com devoção os sagrados mistérios da vida de
Jesus. “Família que reza unida permanece unida”; é o antigo ensinamento da
Igreja. O Terço de Nossa Senhora é a corrente com a qual ela prende o espírito
do mal que quer destruir as famílias.
O Papa Leão XIII disse na encíclica “Magnae Dei Matris” (8
de dezembro de 1892): “Maria, muito melhor que qualquer outra mãe, conhece e vê
os socorros de que necessitamos para viver, os perigos públicos e particulares
que nos ameaçam, as angústias e males que nos oprimem, e, sobretudo, a luta
encarniçada que havemos de sustentar com os inimigos da salvação. Nestas e
noutras dificuldades da vida, melhor do que ninguém, pode ela generosamente e
deseja ardentemente proporcionar a seus filhos queridos consolação, força e
toda espécie de auxílios”.
O Concílio Vaticano II quando falou da maternidade
espiritual de Maria, disse: “Por sua maternal caridade cuida dos irmãos de seu
Filho, que peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam
conduzidos à feliz pátria (LG, n. 61).
Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, em seu clássico
“Glórias de Maria”, afirma: “Deus quer que pelas mãos de Maria nos cheguem
todas as graças… A ninguém isso pareça contrário à sã teologia. Pois Santo
Agostinho, autor dessa proposição, estabelece como sentença, geralmente aceita,
que Maria tem cooperado por sua caridade para o nascimento espiritual de todos
os membros da Igreja”.
Muitos santos falaram dessa mediação de Maria junto a Deus.
São Bernardo, doutor da Igreja, assim diz: “Tal é a vontade de Deus que quis
que tenhamos tudo por Maria. Se, portanto, temos alguma esperança, alguma
graça, algum dom salutar, saibamos que isto nos vem por suas mãos”.
São Bernardino de Sena, disse: “Todos os dons virtudes e
graças do Espírito Santo são distribuídos pelas mãos de Maria, a quem ela quer,
quando quer, como quer, e quanto quer”. São Boaventura (1218-1274), bispo e
doutor da Igreja, ensinou que: “Deus depositou a plenitude de todo o bem em
Maria, para que nisto conhecêssemos que tudo que temos de esperança, graça e
salvação, dela deriva até nós”.
São Roberto Belarmino (1542-1621), bispo e doutor da Igreja,
nos ensinou que: “Todos os dons, todas as graças espirituais que por Cristo,
como cabeça, descem para o corpo, passam por Maria que é como o colo desse
corpo místico”.
Há muitas maneiras da família se consagrar a Nossa Senhora e
viver debaixo de sua proteção. São Luiz de Montfort, no seu “Tratado da
verdadeira devoção a Virgem Maria”, nos ensina a “fazer tudo por Maria, com
Maria, em Maria e para Maria”.
A família consagrada a Maria não deixa de rezar o Terço, de
imitar suas virtudes, de implorar sua proteção, de celebrar suas festas
litúrgicas, de cultuar suas imagens e de cumprir o que ela pediu: “Fazei tudo
que Ele vos disser”.
Prof. Felipe Aquino