sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Montfort e as associações de seu tempo





São Luís Maria Grignion de Montfort se preocupava em oferecer os meios para garantir a perseverança daqueles que, durante a missão, tinham renovado, pelas mãos de Maria, seus votos e compromissos batismais.

O "Contrato de Aliança" ocupava o primeiro lugar. Mas o santo, que tinha um profundo senso de Igreja, sabia perfeitamente que o cristão não é um solitário, faz parte de uma comunidade, da qual necessita e para a qual tem certos deveres. O missionário tinha também consciência de que o batismo consagra a Jesus Cristo e ao seu serviço: "o batismo nos converteu em verdadeiros escravos de Jesus Cristo, a tal ponto que não devemos mais viver, trabalhar nem morrer senão para dar frutos para esse Deus-homem..." (TVD 68)

A comunidade eclesial em seus diferentes níveis (paroquial, diocesano, nacional, universal) viu que seus membros formam grupos, associações ou movimentos úteis para a sua vida espiritual e para a ação apostólica para a qual se sentem chamados.

No tempo de Montfort, os fiéis se organizavam em confrarias, adaptadas a diferentes categorias de pessoas: a Associação de Moças, a de São Miguel para os soldados, ou grupos de batizados de acordo com as suas afinidades espirituais, como a Confraria do Rosário, que Montfort muito estimava. O Padre de Montfort insistiu muito na dimensão comunitária da ação apostólica. O grupo dos apóstolos, que estava sempre com Jesus, era para ele o modelo de todos os que se sentem chamados a continuar a missão. Isso vale em especial para os missionários da Companhia de Maria a quem pede que vivam "ao estilo dos apóstolos", quer dizer, tendo por modelo, em seu jeito de viver e agir, o grupo dos apóstolos, compartilhando a mesma confiança filial de Jesus para com o Pai num abandono total à Providencia, pondo tudo em comum, e livres de qualquer empecilho para dedicar-se totalmente à Missão, à vinda do Reino.

A Súplica Ardente, a Exortação aos Associados da Companhia de Maia e a Regra Manuscrita aos Missionários, destinam-se em primeiro lugar aos membros da Companhia de Maria. Mas o ideal que nosso santo expressava naquele tempo pode inspirar a todos os que hoje queiram seguir o caminho espiritual proposto por ele.

Todos os consagrados a Jesus por Maria são convidados a reunir-se ao aconchego do manto de Nossa Senhora, de acordo com seu estado de vida e possibilidades, para, dirigidos por ela, se comprometer no serviço da missão confiada à Igreja. Montfort esperava "um esquadrão de bravos e valorosos soldados de Jesus e de Maria de ambos os sexos..." (TVD 114) . Esta passagem mostra claramente que seu convite e esperanças não eram colocados apenas nos sacerdotes. Sabemos, por sua biografia e escritos, que também chamou leigos para a sua missão apostólica.

Muitos movimentos, grupos, inclusive Institutos (às vezes vinculados de um modo ou outro à Companhia de Maria ou independentes dela) adotaram o caminho experimentado por São Luís Maria de Montfort para chegar a Cristo por Maria. É o caso particular da Legião de Maria.

O santo missionário desejava também que os que fizessem a consagração pessoal a Jesus por Maria pudessem encontrar uma confraria na qual pudessem inscrever-se para vivê-la: "Aqueles que quiserem entrar nesta devoção particular, não erigida ainda como confraria, embora isso fosse desejável...(TVD 227).

Missionários Monfortinos