São Luís
Maria Grignion de Montfort se preocupava em oferecer os meios para garantir a
perseverança daqueles que, durante a missão, tinham renovado, pelas mãos de
Maria, seus votos e compromissos batismais.
O
"Contrato de Aliança" ocupava o primeiro lugar. Mas o santo, que
tinha um profundo senso de Igreja, sabia perfeitamente que o cristão não é um
solitário, faz parte de uma comunidade, da qual necessita e para a qual tem
certos deveres. O missionário tinha também consciência de que o batismo
consagra a Jesus Cristo e ao seu serviço: "o batismo nos converteu em
verdadeiros escravos de Jesus Cristo, a tal ponto que não devemos mais viver,
trabalhar nem morrer senão para dar frutos para esse Deus-homem..." (TVD
68)
A
comunidade eclesial em seus diferentes níveis (paroquial, diocesano, nacional,
universal) viu que seus membros formam grupos, associações ou movimentos úteis
para a sua vida espiritual e para a ação apostólica para a qual se sentem
chamados.
No tempo
de Montfort, os fiéis se organizavam em confrarias, adaptadas a diferentes
categorias de pessoas: a Associação de Moças, a de São Miguel
para os soldados, ou grupos de batizados de acordo com as suas afinidades
espirituais, como a Confraria do Rosário, que Montfort muito estimava. O
Padre de Montfort insistiu muito na dimensão comunitária da ação apostólica. O
grupo dos apóstolos, que estava sempre com Jesus, era para ele o modelo de
todos os que se sentem chamados a continuar a missão. Isso vale em especial
para os missionários da Companhia de Maria a quem pede que vivam "ao
estilo dos apóstolos", quer dizer, tendo por modelo, em seu jeito de
viver e agir, o grupo dos apóstolos, compartilhando a mesma confiança filial de
Jesus para com o Pai num abandono total à Providencia, pondo tudo em comum, e
livres de qualquer empecilho para dedicar-se totalmente à Missão, à vinda do
Reino.
A Súplica
Ardente, a Exortação aos Associados da Companhia de Maia e a Regra Manuscrita
aos Missionários, destinam-se em primeiro lugar aos membros da Companhia de
Maria. Mas o ideal que nosso santo expressava naquele tempo pode inspirar a
todos os que hoje queiram seguir o caminho espiritual proposto por ele.
Todos os
consagrados a Jesus por Maria são convidados a reunir-se ao aconchego do manto
de Nossa Senhora, de acordo com seu estado de vida e possibilidades, para,
dirigidos por ela, se comprometer no serviço da missão confiada à Igreja.
Montfort esperava "um esquadrão de bravos e valorosos soldados de Jesus
e de Maria de ambos os sexos..." (TVD 114) . Esta passagem
mostra claramente que seu convite e esperanças não eram colocados apenas nos
sacerdotes. Sabemos, por sua biografia e escritos, que também chamou leigos
para a sua missão apostólica.
Muitos
movimentos, grupos, inclusive Institutos (às vezes vinculados de um modo ou
outro à Companhia de Maria ou independentes dela) adotaram o caminho
experimentado por São Luís Maria de Montfort para chegar a Cristo por Maria. É
o caso particular da Legião de Maria.
O santo
missionário desejava também que os que fizessem a consagração pessoal a Jesus
por Maria pudessem encontrar uma confraria na qual pudessem inscrever-se para
vivê-la: "Aqueles que quiserem entrar nesta devoção particular, não
erigida ainda como confraria, embora isso fosse desejável...(TVD 227).
Missionários
Monfortinos