A presença da Virgem Maria a alegria do casamento.A Virgem Maria estava em uma festa de casamento em Caná da Galileia e Jesus Cristo também estavam na festa (cf. Jo 2, 1-2). Vendo que o vinho acabou, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm vinho!” (Jo 2, 3). A resposta de Jesus a princípio não foi muito animadora: “Mulher, para que me dizes isso? A minha hora ainda não chegou” (Jo 2, 4). Mas, mesmo assim Maria confiou que o Filho não recusaria um pedido seu. Por isso, disse aos que estavam servindo na festa: “Fazei tudo o que ele vos disser!” (Jo 2, 5). Jesus dá uma ordem aparentemente absurda aos serventes: “Enchei as talhas de água!” (Jo 2, 7).
Cada uma das seis talhas de pedra, que era usada para as purificações rituais dos Judeus, tinha capacidade para cerca de cem litros cada (cf. Jo 2, 6). Obedientes às palavras de Jesus e de Maria, eles encheram as talhas até à borda (cf. Jo 2, 5.7). Naquele tempo, não havia encanamentos de água na maioria das casas. Aqueles homens certamente buscaram cerca de seiscentos litros de água em um poço, talvez não tão próximo da casa. Eles fizeram um grande esforço, não somente físico, mas também espiritual, de obediência de fé a Jesus e a Maria.
A obediência desses homens foi ainda mais longe. Depois de encher as talhas de água, Jesus lhes disse: “Agora, tirai e levai ao encarregado da festa” (Jo 2, 8). Eles levaram e o encarregado da festa provou da água mudada em vinho, sem saber o que tinha acontecido (cf. Jo 2, 8-9). Tendo provado o vinho, chamou o noivo e disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho bom e, quando os convidados já beberam bastante, serve o menos bom. Tu guardaste o vinho bom até agora” (Jo 2, 10). Jesus transformou seiscentos litros de água em vinho da melhor qualidade, a ponto do encarregado da festa ficar admirado.
O milagre do casamento, em Caná na Galileia, aconteceu por causa intercessão da Virgem Maria junto a seu Filho Jesus (cf. Jo 2, 3) e da obediência de fé daqueles que serviam na festa (cf. Jo 2, 5.7). Talvez muitos de nós estamos como aqueles serventes, que não sabiam o que iria acontecer e deviam pensar pelo caminho: “Por que estamos passando por isso? Por que precisamos fazer isso? Quando não sabemos o que está acontecendo conosco, a causa dos nossos sofrimentos, dificuldades, tribulações, podemos relutar e não querer obedecer a Virgem Maria e seu Filho Jesus Cristo. Hoje, a tarefa de encher as talhas de água para nós significa obedecer os mandamentos de Deus e da Igreja, esperar as demoras de Deus, abraçar a cruz de Cristo, nas dores, nas enfermidades, nos sofrimentos que passamos em nossas vidas. Essa tarefa exige de nós a confiança e a entrega a Deus, mas ao mesmo tempo, exige de nós o esforço pessoal, o empenho em tudo que fazemos, inclusive e principalmente na oração.
Quando faltar o vinho da alegria, sejamos obedientes a Nossa Senhora e a seu Filho Jesus Cristo (cf. Jo 2, 5.7). Confiemos inteiramente a Virgem Maria os nossos sofrimentos, nossas tristezas, nossas dificuldades, pois ela os apresentará a seu Filho Jesus Cristo. Como fez naquela festa de casamento, Maria dirá ao Filho que nos falta o vinho da alegria (cf. Jo 2, 3). Mas, ao mesmo tempo, sejamos obedientes à Palavra de Deus e aos Seus mandamentos. Enchamos as talhas, não com água como os serventes, mas com muita oração, jejuns e penitências, com muita fé, esperança e caridade. Deus nos dará o vinho novo, o vinho da alegria verdadeira. O primeiro milagre de Jesus nas Bodas de Caná aconteceu no terceiro dia (cf. Jo 2, 1), pois é um sinal da ressurreição, do casamento definitivo, da união entre nós e Deus, da alegria do banquete das núpcias do Cordeiro (cf. Ap Jo 19, 7-9). Jesus transformou a água em vinho para que a alegria daquela festa de casamento não acabasse. Pois, a alegria da festa de casamento é a imagem da alegria eterna do banquete das núpcias do Cordeiro, que se realizará no Reino dos Céus.
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