Temos na Virgem Maria um modelo perfeito, universal, de
mulher e de mãe.
Na figura materna de Maria, Mãe de Deus, a humanidade
encontra o modelo perfeito de mulher e de mãe para todos os tempos. Na Carta do
Papa João Paulo II às mulheres, temos uma reflexão do Santo Padre que ilumina a
figura da mulher e da mãe, tantas vezes deturpada e incompreendida pela
sociedade. O Beato diz que a Igreja vê na Virgem Maria, a máxima expressão do
feminino e encontra nela uma fonte incessante de inspiração. Maria definiu-se
“serva do Senhor” (Lc 1, 38). Em obediência à Palavra de Deus, Nossa Senhora
acolheu a sua vocação privilegiada, mas nada fácil, de esposa e mãe da família
de Nazaré. Colocando-se ao serviço de Deus, Ela colocou-se também ao serviço
dos homens: um serviço de amor. “Este mesmo serviço permitiu-Lhe realizar na
sua vida a experiência de um misterioso, mas autêntico ‘reinar’. Não é por
acaso que é invocada como ‘Rainha do céu e da terra’”.
Toda a Igreja católica invoca Nossa Senhora como “Rainha”,
bem como muitas nações e povos. “O seu ‘reinar’ é servir! O seu servir é
‘reinar’!” Dessa forma deveria ser entendida a autoridade, tanto na família,
como na sociedade e na Igreja. “O ‘reinar’ é revelação da vocação fundamental
do ser humano, enquanto criado à ‘imagem’ d’Aquele que é Senhor do céu e da
terra, e chamado a ser em Cristo seu filho adotivo”. O homem é a única criatura
querida por Deus por si mesma e este não pode se encontrar plenamente a não ser
no sincero dom de si mesmo (cf. Constituição Pastoral Gaudium et Spes, 24).
O materno reinar de Maria é dom sincero de si mesma,
fazendo-se dom para o seu Filho com todo o seu ser. Ao fazer-se dom para o
Menino Jesus, ela tornou-se também dom para os filhos e filhas de toda a
humanidade. Mãe de todo gênero humano, Nossa Senhora gera uma profundíssima
confiança em quem a Ela recorre para ser guiado pelos caminhos difíceis da vida
até seu próprio destino definitivo, o Reino dos Céus. “Cada um chega através das
etapas da própria vocação a esta meta final, uma meta que orienta o empenho na
história tanto do homem como da mulher”.
O dom da maternidade da Virgem Maria ilumina toda a vida da
mulher, especialmente daquela que é mãe. Como todo ser humano, a mulher que é
mãe se realiza quando transforma o seu reinado em serviço de amor, quando esta
procura realizar bem a tarefa que lhe foi confiada por Deus e, ao mesmo tempo,
vive esse serviço como um reinado, revestido de toda a dignidade. Como um pai
não se realiza plenamente sem exercer bem o seu ser pai, a mãe também não se
realiza plenamente sem ser uma boa mãe. O imagem perfeita da mulher,
especialmente daquela que é mãe, se realiza plenamente em Maria e exprime bem o
ser da Igreja, enquanto comunidade consagrada. Pois Nossa Senhora, consagrou-se
totalmente, com um coração virgem, para ser esposa de Cristo enquanto membro da
Igreja, e mãe de todos os fiéis.
Ao final desta reflexão sobre a figura materna de Maria,
agradecemos a você mãe, com as palavras do saudoso João de Deus, por acolher o
dom da maternidade que lhe foi dado por Deus: “Obrigado a ti, mulher-mãe, que
te fazes ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência
única, que te torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que te
faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de
referência por todo o caminho da vida”.
Olhando para a fecundidade da maternidade consagrada da
Virgem Santíssima, fazemos nossas as palavras de João Paulo II, dirigidas às
mulheres consagradas: “Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da
maior de todas as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado, te abres com
docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade
inteira a viver para com Deus uma resposta ‘esponsal’, que exprime
maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura”.
Por fim, fazendo eco às palavras do Beato João Paulo II,
manifestamos nossa particular gratidão às mulheres empenhadas nos mais diversos
setores da educação e da saúde. Nos dirigimos a você mulher, que exerce sua
vocação de mãe nos berçários, pré-escolas, escolas, universidades, instituições
de assistência social, paróquias, associações e movimentos. “Onde quer que se
revele necessário um trabalho de formação, pode-se constatar a imensa
disponibilidade das mulheres a dedicarem-se às relações humanas, especialmente
em prol dos mais fracos e indefesos”. Nesse trabalho, vocês realizam a
maternidade afetiva, cultural e espiritual, de valor realmente inestimável para
o desenvolvimento da pessoa e o futuro da sociedade. Nos voltamos com gratidão
para todas as mulheres que trabalharam, ou que continuam seu serviço no campo
da saúde, não somente nas instituições sanitárias bem organizadas, mas também
nas que estão em circunstâncias muito precárias, como nos países mais pobres do
mundo, dando um testemunho de disponibilidade que chega, não raramente, ao
martírio.
Fonte: Blog Todo de Maria